Semana passada o Hoje em Dia abordou um assunto que falava sobre gravidez tardia. Quando vi o tema da pauta, logo me veio na cabeça mulheres de 40 a 45 anos que ainda tentavam e conseguiam ter filhos. A minha surpresa? É que quando se fala em tardia, a idade base é 30 anos. Faz ideia? Pois é. Para a medicina, depois dos 20 e poucos anos já fica preocupante aumentar a família. Fiquei em choque porque mais uma vez comprovei que a mulher trava uma enorme batalha contra o tempo.

Indignada (e muito preocupada) promovi até um almoço pra conversar sobre isso. É claro que a maioria das meninas que estava na mesa tinha idade inferior à minha, mas já é bom pra elas irem vendo o que as aguardam (ahahah). O lance é que grande parte das mulheres pensa em engravidar somente depois de alcançar o sucesso profissional. E aí, somente depois disso, é que o sonho de ser mãe grita mais alto. Com 30 anos é até ok, mas 33, ou depois dos 35, já gera um alerta, porque a fertilidade da mulher e sua capacidade de produzir óvulos enfraquece em média 5% anualmente, diminuindo as chances de uma gestação natural, e aumentando os riscos das síndromes e defeitos genéticos no futuro bebê. Isso leva a um número maior de abortos e crianças com problemas de saúde.
A Dra. Poliani Prizmic, ginecologista e obstetra, ajuda a entender como funciona esse processo no nosso corpo. “Ao nascer, a mulher tem por volta de sete milhões de óvulos, valor que reduz aos 500 mil quando ocorre a primeira menstruação, e que chega a menos de 25 mil aos 42 anos. Além do número de óvulos, com o envelhecimento, acontece também a perda da qualidade, já que os óvulos podem acumular efeitos do ambiente, como poluição, radiação, medicações e outros”.
Então, se você está como eu, nem perto de pensar em ter filhos (porque isso gera uma série de fatores: conhecer alguém, namorar, casar e se programar para ter pimpolhos) deve estar se perguntando qual é a nossa saída. Te respondo: além de dinheiro para fazer unha, depilação, hidratação no cabelo, compras diversas, saídas e futilidades, adicione ao orçamento um valor para o congelamento de óvulos. Isso mesmo. A Dra. Poliani comenta que isso não é mais novidade para os especialistas em reprodução assistida e muito menos para mulheres que querem adiar o plano de engravidar.
“A melhor técnica de congelamento de óvulos é a vitrificação com taxas de sobrevivência ao descongelamento de 95%. No entanto, é importante enfatizar que o fato de congelar óvulos não garante uma futura gestação, assim como todo tratamento na área de reprodução humana. As chances de gravidez são em torno de 45% por tentativa e o ideal é que o congelamento seja feito até os 38 anos, quando as taxas de gravidez são melhores. Se uma mulher congelar os óvulos aos 35 anos, mesmo que ela venha a descongelar seus óvulos e engravidar aos 40 a chance de gravidez permanece a mesma que a de uma mulher de 35 anos”.
É de se pensar, não é mesmo? Para fazer a coleta e congelar é necessário investir um valor (até que alto) pelo procedimento todo e depois pagar uma taxa anual de manutenção.
Poliani Prizmic
11 3063 5635
Fonte: (R7)