Equipes da Vigilância Epidemiológica, da Secretaria da Saúde, realizaram um mutirão durante o feriado de Corpus Christi para investigação e análise das fichas de notificação de casos de dengue suspeitos que ainda estavam em avaliação.
Esse trabalho foi possível agora, já que durante o período mais crítico da epidemia, todos os esforços estavam voltados para o tratamento e combate da doença.

Além disso, no auge da epidemia, havia grande dificuldade na digitação dos casos no sistema informatizado do Ministério da Saúde, que faz a contabilização oficial e enfrentou congestionamento, lentidão e travamentos, por conta dos inúmeros acessos simultâneos, durante todo o período.
O resultado foi a confirmação de mais 3.150 casos positivos da doença. Com isso, o número chegou a 10.960 casos confirmados, dos quais 10.558 são autóctones e 402 são importados.
Vale ressaltar que o número corresponde ao total no acumulado de casos registrados na cidade, até agora. E não ao surgimento de novos casos.
Ainda há fichas com análise pendente. “Ainda estamos recebendo novos casos, diariamente. A previsão é que esse número caia nas próximas semanas”, disse a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Tereza Cardozo.
A queda do número de novos casos já é sentida pela tenda montada no estacionamento do Hospital Municipal. Na primeira semana de funcionamento, de 04 a 10 de maio, foram atendidas mais de 1.200 pessoas com suspeita de dengue. Na semana passada, de 1 a 7 de junho, esse número já caiu cerca de 70%.
“Embora a epidemia já esteja em declínio, o combate ao mosquito deve ser permanente em todos os períodos do ano. A população precisa estar vigilante”, disse o secretário de Saúde, Paulo Roitberg.
Força-tarefa
Desde antes da epidemia, a Prefeitura de São José dos Campos se mobilizou e se organizou para atuar em todas as frentes possíveis nessa guerra contra a doença, com todas as secretarias envolvidas.
Neste ano, a Prefeitura gastou R$ 4,84 milhões no combate à dengue na cidade. O valor é maior do que o que foi gasto em todo o ano passado.
Em março as ações foram ampliadas por meio da campanha São José na Guerra Contra a Dengue. Foram realizados 21 arrastões, abrangendo todos os bairros da cidade. Com isso, foram recolhidos 324 toneladas de objetos que poderiam servir como criadouros para o Aedes aegypti.
Também foram usados 2.110 litros de inseticida e 2.100 quilos de larvicida, em 8.247 visitas domiciliares, 264.425 ações de bloqueio e 55.550 nebulizações individuais.
O prefeito Carlinhos Almeida sancionou uma lei que autorizou a aplicação de multas a proprietários de imóveis que impedissem a entrada da prefeitura e/ou apresentassem resistência na eliminação dos focos do mosquito.
Uma ampla campanha de conscientização, com comerciais de TV, spots de rádio, outdoors, busdoors, folders e cartazes ganharam as ruas, em uma tentativa de mobilizar a população contra o risco da dengue.
A Prefeitura também contratou equipamentos para exames de sangue rápidos, montou uma tenda no Hospital Municipal e destacou três UBSs de apoio para atendimento aos doentes.
Simultaneamente a isso, o trabalho de prevenção nas ruas continuou, inclusive nos finais de semana e feriados. “O balanço é que fizemos tudo o que podíamos ter feito. E foi graças a todas essas ações juntas que, tenho certeza, freamos uma epidemia que poderia ter sido muito pior”, disse o secretário.
Fonte: (Band)