DOENÇAS
Ergonomia: doenças de risco e prevenção
O artigo visa abordar algumas doenças ocupacionais que mais acometem os profissionais da área odontológica e sugerir, por meio da prática de exercícios, a prevenção das mesmas.

Como foi dito na edição anterior, os profissionais da área odontológica estão sujeitos aos riscos ocupacionais devido à natureza de suas funções, tendo como consequência o risco de patologias, abreviação da vida profissional, invalidez e até mesmo a morte.
Uma pesquisa realizada no município de São Paulo, com 1088 cirurgiões-dentistas com idade superior a 20 anos, detectou mais de 500 patologias provavelmente relacionadas ao exercício destes profissionais, algumas delas como a tenossinovite, a bursite e a tendinite são muito comuns entre estes profissionais.
A seguir abordaremos algumas patologias que podem ser diagnosticadas entre os profissionais da área odontológica.
Tendinite
É a inflamação do tendão (estrutura branca, brilhante, de grande resistência a cargas e que liga o músculo ao osso) que pode ter como causa movimentos repetitivos, excesso de força, posições viciosas ou variações anatômicas do tendão. São comumente diagnosticadas no ombro, cotovelo, extensores dos punhos, joelho e calcanhar, onde, inicialmente, diagnosticam-se sintomas de um processo inflamatório comum (dor, calor, vermelhidão e inchaço), causando incômodo e diminuindo ou interrompendo as atividades físicas.
Bursite
É a inflamação de uma pequena bolsa com líquido em seu interior que envolve as articulações e funciona como amortecedor entre ossos, tendões e tecidos musculares, em especial: ombros, cotovelos e joelhos.
Estatisticamente infecções, artrite (inflamação das articulações), gota (depósito de cristais de ácido úrico na articulação) e ações mecânicas, como traumatismos, esforço, uso excessivo das articulações e movimentos repetitivos, destacam-se entre as causas mais frequentes. Podemos citar a dor, o edema (inchaço), a inflamação e a restrição de movimento como os sintomas mais comuns da doença.
Tenossinovite
Doença resultante do atrito excessivo do tendão que liga o músculo ao osso. É considerada um "mal do avanço tecnológico", pois tem acometido trabalhadores que utilizam movimentos repetitivos das mãos, por exemplo, digitadores, caixas, dentistas, ASBs e TSBs, pianistas e etc.
Normalmente os primeiros sintomas da doença são: um leve desconforto na mão mais utilizada, um peso no braço e uma dor localizada. Com o passar do tempo, as dores vão se acentuando, e a força muscular, diminuindo. Em uma fase mais crítica pode ocorrer atrofia dos dedos, impedindo não só que o paciente realize tarefas simples do dia-a-dia (como segurar um copo), mas também pode determinar a aposentadoria precoce deste trabalhador.
Síndrome do ombro doloroso
Síndrome que atinge estruturas responsáveis pela movimentação do ombro (articulações, tendões e músculos, bursas, cápsulas e ligamentos) que tem como características a dor e a impotência funcional em graus variados.
Há uma estimativa aproximada de que a SOD é causada em 80% dos casos por bursite, em 8% dos casos por miofribosite, e em 15% dos casos por atrites nos ombros. Os 7% restantes surgem por outros motivos variados.
Síndrome do Túnel do Carpo
Resultado da compressão de um nervo (mediano) responsável pela sensibilidade e movimentação do polegar e alguns outros
dedos e músculos da mão. Tem como características a dor, as alterações de sensibilidade e/ou o formigamento do punho.
A STC é relacionada aos movimentos inadequados e repetitivos. Os sintomas podem variar desde a diminuição de sensibilidade nos dedos (menos no mínimo), causando dificuldade para que a pessoa amarre os sapatos ou descasque frutas, até as sensações de choques em determinadas posições da mão, que podem dar a impressão de ser um "derrame" ou "problemas de circulação", levando à procura de profissionais das respectivas áreas.
Por meio de exercícios, procuramos amenizar os possíveis sintomas e prevenir a instalação de patologias que podem abreviar a carreira dos profissionais da área odontológica.
Roteiro para exercícios
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Sentado com as costas totalmente apoiada. Pernas formando um ângulo de 90 graus e pés apoiados no chão. Deve-se permanecer em cada posição por no mínimo 15 segundos.
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Fazer uma rotação dos ombros para trás e para frente.
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Estender os braços na frente do corpo com os dedos entrelaçados.
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Ainda com os braços estendidos, elevá-los acima da cabeça.
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Com os cotovelos apoiados, entrelaçar os dedos e mexer os punhos em todos os sentidos.
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Com o braço estendido na frente do corpo, fazer a extensão do punho, puxando os dedos para baixo. Uma vez de cada lado.
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Na mesma posição, fazer a flexão do punho, puxando os dedos para cima. Uma vez de cada lado.
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Estender o braço na frente do corpo (ao lado) e empurrá-lo para trás, pelo cotovelo. Uma vez de cada lado.
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Elevar o braço flexionado nas costas e o antebraço por trás da cabeça. Puxar o cotovelo para baixo com a mão oposta. Uma vez de cada lado.
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Com os braços estendidos ao lado do corpo, abrir a mão com os dedos bem estendidos e fechá-la bem forte. Repetir várias vezes.
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Por: Vanessa Navarro
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Fonte: (Odonto Magazine)
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