Após uma extração dentária, é natural que a cavidade na mandíbula que comporta os dentes, conhecida como alvéolo, inicie um processo de cicatrização no local onde o dente foi extraído. Com a formação de um coágulo de sangue, a região forma uma espécie de “casquinha” que evita o contato direto de ossos e nervos com bactérias, inibindo a possibilidade de uma infecção na área. Quando este processo de cicatrização não ocorre, ou é interrompido por maus hábitos de higiene, inicia-se a chamada alveolite, infecção que ocorre no alvéolo após a retirada de um dente.

De acordo com a dentista Renata Martins (CROSP 102411), coordenadora técnica da Odontoclinic, existem dois tipos de alveolite: a seca e a úmida. O primeiro tipo de manifestação ocorre quando o paciente perde o coágulo natural, permitindo a exposição de ossos e nervos. "Existem três maneiras de isso ocorrer: ou o coágulo foi deslocado, ou foi dissolvido ou não se formou completamente. A segunda forma de alveolite é a úmida, quando existe a formação de pus na cavidade". Segundo a especialista, a literatura odontológica não explica exatamente quais as razões da perda do coágulo após a extração. "Não existe ainda uma explicação muito clara. Mas existem alguns fatores bastante agravantes, como infecções pré-extração, contraceptivos bucais, falta de cuidado do paciente e tabagismo", afirma a especialista.
Os principais sintomas da alveolite em ambos os quadros é dor intensa. "No caso da alveolite úmida, a dor além de intensa é pulsátil e normalmente responde aos analgésicos. Esse quadro é agravado por um gosto desagradável e mau odor na boca", afirma Martins. Para evitar a complicação, a dentista recomenda que, após a extração, sejam evitados bochechos e o consumo de alimentos duros ou quentes, nas primeiras 48 horas após a retirada do dente. "Quando falamos de inibir traumas, recomendo não beber líquidos utilizando canudo ou mesmo grandes movimentos de bochecos, para não deslocar o coágulo", aconselha. Para os fumantes, a especialista aconselha a suspensão do uso de cigarro por 24 horas antes e 24 horas após a extração, pois o tabaco interfere profundamente no processo de cicatrização, de acordo com a profissional.
Como tratar
Em ambos os quadros, o paciente deve procurar um dentista para o tratamento. A especialista explica que se for um caso de alveolite seca, o profissional deve intervir anestesiando o local e aplicando uma substância anti-inflamatória. "O objetivo é proteger os nervos e ossos até que a cicatrização esteja completa," afirma Renata. De acordo com a dentista, o tratamento para a alveolite úmida é mais complexo, pois exige a anestesia do local para a realização de uma curetagem alveolar e remoção do pus. "Depois da curetagem, segue o mesmo procedimento da intervenção da alveolite seca", informa a dentista.
Se não for prontamente tratada, a infecção no alvéolo pode evoluir, podendo virar uma complicação bucal mais grave. "O alvéolo é ricamente vascularizado. Por esse motivo, nos casos mais graves, as bactérias da infecção podem ir para a corrente sanguínea causando endocardites e outros tipos de infecções sistêmicas mais sérias", alerta a dentista.
Fonte: (MSN)