A diretora-geral da Agência Antidoping da Rússia, Anna Antseliovich, admitiu que seu país vivenciou um sistema de "larga escala" de doping de atletas. A revelação foi dada em uma entrevista ao jornal norte-americano "The New York Times" nesta quarta-feira.
Quem também fez uma declaração de mea culpa foi o ex-ministro do Esporte Vitaly Smirnov, que agora comanda um programa criado pelo presidente russo, Vladimir Putin, para banir o uso de substâncias irregulares no esporte do país.
Escândalo: Esquema russo envolve mil atletas, diz relatório
"Do meu ponto de vista, como um ex-ministro do Esporte e ex-presidente do Comitê Olímpico, nós cometemos muitos erros. Mas não quero falar pelas pessoas que são responsáveis", disse ao "NYT".
Esquema de mais de mil atletas
Segundo um estudo solicitado pela Wada (Agência Mundial Antidoping) e liderado pelo advogado canadense Richard McLaren, mais de mil atletas russos se beneficiaram de um esquema de doping tanto nas Olimpíadas de Inverno disputadas em Sochi, em 2015, como em Mundiais e outras competições internacionais.
Confira: Testes antidoping do hipismo no Rio 2016 dão 100% negativos
"Uma conspiração internacional foi implementada, com a participação do Ministério do Esporte e dos serviços, como a Rusada (Agência Russa Antidoping), o laboratório de doping de Moscou e da agência secreta FSB para manipular as amostras", acusou o relatório de McLaren.
Apesar de atingir 30 modalidades esportivas diferentes, a maior parte dos casos atingiu o atletismo. Por causa disso, mudanças foram realizadas na IAAF (Federação Internacional de Atletismo).
McLaren acusou os antigos diretores da entidade de acobertar os casos.
Por causa das revelações do relatório de doping, divulgado em duas partes, a Rússia foi parcialmente banida das Olimpíadas do Rio de Janeiro, realizada em 2016 - com cada Federação decidindo se liberava ou não os atletas do país - e toda a delegação Paralímpica foi impedida de competir no Brasil.
Fonte: (IG)