Saúde e Estilo

Por Eligia Aquino Cesar

Contrariando muitas pessoas que evitam socializações e não gostam muito de receber visitas, eu sempre curti a casa cheia, talvez tenha puxado à minha mãe, não sei. Imagine, então, a frustração quando, em uma véspera de Natal, há mais de vinte anos não consegui sequer sair da cama para brincar com meus primos devido a vômitos, enjoos e dores absurdas pelo corpo? Naquele momento nenhum de nós sabia, mas muitos anos depois (décadas!!) descobri que se tratava de uma alergia alimentar.

Tudo começou com meu primeiro contato com as nozes naquele longínquo 24 de dezembro. Lembro de tê-las achado lindas, parecidas com mini cérebros (eu era uma nerdizinha), aproveitei então para prová-las e não gostei do sabor. Achei gorduroso demais e doce de menos, a mesma impressão que tive com castanhas, amêndoas e até mesmo com amendoim. Vários sintomas horríveis e dois testes meio kamikazes depois (provei doces com o fruto e passei mal) me rendi ao óbvio: aquilo não me fazia nada bem. Melhor me afastar.

Segundo a alergologista Yara Mello, do hospital Edmundo Vasconcelos, a alergia pode apresentar reações que variam de leve a grave em diferentes episódios, ou seja, você pode passar mal de formas diferentes cada vez que tiver contato com a causa de sua alergia.

– Se você foi alérgico seu corpo reage a qualquer quantidade do alimento que consumir. As reações variam, podem ser gástricas – como vômito, diarreia e distensão abdominal – passando pelas sistêmicas, que ocorrem no organismo como um todo, das quais a urticária é um exemplo, chegando a mais grave delas, o choque anafilático, que, em casos extremos, pode levar à morte.

Uma dúvida bastante comum entre pessoas que sofrem com o mal é saber a diferença entre alergia e intolerância alimentar. Yara frisa que são reações que ocorrem de maneira totalmente distinta no organismo.

— A alergia ao leite, por exemplo, é uma sensibilidade a proteína que existe neste alimento. Já a intolerância se dá devido a uma alteração do organismo que dificulta a digestão do leite, e não ocorre pela proteína, mas, sim, pela lactose. Uma curiosidade sobre isso é que, mundialmente, leite e ovo são os maiores causadores de alergias, seguidos das oleaginosas.

A médica explica, ainda, que, de uma forma geral, a alergia é hereditária, ou seja, alguém da família pode apresentar o mesmo mal, seja respiratório ou alimentar. Neste ponto, sou um caso atípico, já que não há ocorrências de alergias entre meus entes. Foi aí que Yara destacou a importância de que todos aqueles que desconfiem que são alérgicos procurem um médico para confirmar o diagnóstico por meio de teste cutâneo e exame laboratorial.

Eu, por desencargo de consciência, já marquei minha consulta. Caso você esteja na mesma situação, sugiro que faça o mesmo, afinal só um especialista pode afirmar com certeza se nossas impressões (muitas vezes “confirmadas” por meio de sites de busca pouco confiáveis) estão realmente corretas. Por via das dúvidas, afaste-se do que você acredita te causar alergia. Caso o diagnóstico se confirme, este é o único jeito de fugir das reações citadas nesta postagem.

Um beijo e, a partir de agora a Van, que voltou de férias esta semana casada e superfeliz, reassume o blog. Agradeço muito pela oportunidade, foi um prazer!

Fonte: (Fala Sáude)