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Com estoques reduzidos, postos de saúde de BH enfrentam falta de vacinas
Com estoques reduzidos, postos de saúde de BH enfrentam falta de vacinas
Postos de saúde estão com estoque reduzido de vacinas para adultos e crianças

 

Com estoques reduzidos e alguns produtos já em falta, os postos de saúde de Belo Horizonte enfrentam dificuldades para cumprir o esquema básico de vacinação. Embora os órgãos responsáveis reconheçam a existência do problema, não há consenso em relação às causas. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), pelo menos sete vacinas, que previnem doenças como hepatite, rubéola e sarampo, não foram distribuídas pelo Ministério da Saúde em volume adequado na capital mineira.

Além de deixar crianças e adultos suscetíveis a essas enfermidades, buscar alternativas custa caro. Na rede privada, a vacina tríplice bacteriana (contra difteria, tétano e coqueluche), aplicada a partir dos 2 meses de vida, custa, em média, R$ 156,33. “As vacinas constituem um dos métodos mais eficazes de prevenção de doenças. Me preocupa essa falta nos postos e espero que o problema seja resolvido prontamente. A imunização adequada é a melhor forma de prevenção de doenças que podem comprometer a saúde das pessoas”, alerta a alergologista Marisa Lages Ribeiro, vice-presidente da Sociedade Mineira de Pediatria.

De acordo com a especialista, algumas doenças que estão deixando de ser prevenidas com a falta dos medicamentos em BH representam um sério risco à saúde pública. É o caso da rubéola, combatida pela vacina tetraviral. “Essa doença gera risco de má-formação do feto, assim como o zika vírus. O problema, nesse caso, nem é tanto pela doença em si na criança, mas pela possibilidade de contaminação da gestante”, explica Marisa Ribeiro. Conforme a médica, outro agravante é a transmissão silenciosa, já que os sintomas aparecem após o período de incubação. “Não adianta ficar recluso depois do diagnóstico, porque antes disso o risco de contaminar uma grávida é grande”.

Com estoques reduzidos, postos de saúde de BH enfrentam falta de vacinas

Divergências

Por meio de nota, a SMSA confirmou que o Ministério da Saúde reconhece dificuldades na fabricação das vacinas contra hepatites A e B, antirrábica, tetraviral, varicela monovalente, tríplice bacteriana acelular e tríplice bacteriana. Já a vacina dupla adulto sofreu redução nas doses entregues ao município. Na última segunda-feira, “a SMSA recebeu apenas 5.700 doses da vacina, sendo que a estimativa de gasto por mês é de 20.890 doses”, destacou a secretaria. A SMSA informou que o repasse é feito aos municípios pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).

O Instituto Butantan, que segundo a SES atrasou a entregas das vacinas, foi procurado pela reportagem do Hoje em Dia, mas limitou-se a dizer que “os lotes do produto contra raiva inativa já foram entregues ao Ministério da Saúde para distribuição aos estados” e que 15 milhões de doses de vacina contra hepatite B serão entregues em fevereiro e junho. Outro fabricante, o laboratório MDS também negou atrasos na entrega. A assessoria de imprensa do MDS informou que o volume solicitado foi “integralmente fornecido dentro do prazo”.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que “já foi comunicada pela coordenação do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde sobre a indisponibilidade de estoque e atrasos por parte de laboratórios nacionais e internacionais” e sobre problemas com a matéria-prima de algumas vacinas. A secretaria também afirmou que está adotando medidas para otimizar o estoque disponível e que algumas unidades de saúde da capital ainda têm reservas das doses recebidas anteriormente.

A Secretaria Estadual de Saúde confirmou a existência de problemas apenas no recebimento da vacina e do soro antirrábicos. Por meio de nota, informou que a falha foi atribuída pelo Ministério da Saúde ao estoque reduzido e ao atraso na entrega pelo Instituto Butantan. “A questão envolve todos os municípios de Minas Gerais, bem como dos demais estados do Brasil”, destaca. Até o fechamento desta edição, o Ministério da Saúde não havia se manifestado sobre a falta de vacinas na rede pública.

Imunização interrompida há mais de um mês no Santa Efigênia

O Hoje em Dia percorreu postos de saúde nas regionais Centro-Sul e Leste de BH, na manhã de nessa terça (5), para checar se está faltando vacinas. Mesmo com o movimento fraco, o problema foi confirmado em algumas unidades.

No Centro de Saúde Carlos Chagas, no bairro Santa Efigênia, uma funcionária, que preferiu não ser identificada, afirmou que o problema se arrasta há mais de um mês, apesar de a gerência administrativa ter solicitado, várias vezes, a reposição dos produtos. No local, não havia avisos sobre a indisponibilidade do serviço.

Na unidade Nossa Senhora de Fátima, no bairro Serra, a informação passada à reportagem foi a de que o abastecimento das vacinas foi reduzido nas últimas semanas, mas o estoque ainda é suficiente para manter o atendimento. O período, no entanto, não foi detalhado.

No Centro de Saúde São Miguel Arcanjo, também no Serra, funcionários que preferem não ter os nomes revelados disseram que a situação está normal. Mas, no local, um cartaz na parede alerta para problemas no fornecimento da vacina de febre amarela. Na unidade Paraíso, a gerência orientou a reportagem a procurar a Secretaria Municipal de Saúde para comentar o assunto.
Surpresa

Para a médica Marisa Lages Ribeiro, da Sociedade Mineira de Pediatria, o cenário de escassez de vacinas é inusitado e ainda mais alarmante diante do reconhecimento do Brasil como país exemplar na imunização de crianças e adultos. “O país sempre foi referência positiva, com destaque internacional. Temos muitos problemas, mas não na cobertura vacinal”, ressaltou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: (Hoje em Dia)


 

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