Paciente com malária no Rio de Janeiro sai do isolamento e permanece estável
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro informou nesta terça-feira (22) que a paciente que estava isolada no Hospital Municipal Rocha Faria foi diagnosticada com malária. Após viajar pela África, a mulher recebeu a confirmação do diagnóstico no Brasil, após uma bateria de exames realizados pela Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde.
A paciente precisou ser isolada por apresentar um quadro de febre hemorrágica, devido à malária . Agora, ela já foi transferida para um leito de tratamento intensivo, e encontra-se em situação estável. A mulher, que não teve sua identidade divulgada, está recebendo o tratamento indicado para o caso. Não há mais necessidade de isolamento.
De acordo com a Secretaria, diante do histórico de viagem - ela esteve em Mali, na África , há uma semana - e de sintomas, foi adotado um procedimento protocolar de precaução, até que pudesse ser confirmado o diagnóstico.
Embora seja endêmica em algumas áreas do norte do Brasil, a malária não é comum no Rio de Janeiro, por isso a confirmação de que o caso em questão é importado.
A brasileira deu entrada no hospital pela primeira vez no domingo (20), e estava com febre, mas nenhum sinal de hemorragia. Foi liberada, mas retornou à unidade de saúde na segunda-feira (21).
Ao se constatar que ela estava com malária - que não é uma doença transmitida por contato direto entre humanos, como o Ebola, mas sim pelo mosquito Anopheles -, ela ficou isolada por algumas horas.
Aumento de casos de malária
Apesar de esse ser um caso importado, muitos brasileiros receberam o diagnóstico de malária neste ano: 50 mil, para ser exato, até março. A estimativa de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, conforme informou o jornal O Estado de S.Paulo, é de que até o fim deste ano o número chegue perto dos 300 mil.
Até 2017 a doença estava havia seis anos em declínio, mas voltou a fazer vítimas no último ano, com 193 mil casos, 50% a mais do que o registrado em 2016.
Segundo a entidade, em 2016, foi contabilizado um aumento de 5 milhões de casos de malária em relação ao ano anterior. Na prática, isso significa 216 milhões notificações da doença em 91 países. Os dados das mortes pela enfermidade, porém, foram similares: com 445 mil no mesmo ano, pouco abaixo do registrado em 2015, que teve 446 mil mortes.
“O ritmo atual é insuficiente para atingir os marcos definidos para 2020 por meio do documento Estratégia Técnica Global da OMS para a Malária 2016–2030 – sobretudo no que diz respeito a metas como a redução de 40% na incidência de casos e mortes pela doença”, informou a entidade em nota.
O que é malária?
De acordo com o Ministério da Saúde, a malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. A cura é possível se o quadro for tratado em tempo oportuno e de forma adequada, podendo evoluir para forma grave e para óbito.
Os sintomas incluem febre, dor de cabeça ou no corpo, náuseas, calafrios e muito suor. O tratamento depende de fatores como a espécie do protozoário infectante; a idade do paciente; condições associadas, como gravidez; e outros problemas de saúde; além da gravidade da doença.