Ano novo, novos hábitos. A virada do calendário traz, para muitos, o desejo de mudança. Rever a rotina, se dedicar a atividades físicas e cuidar da saúde são algumas das promessas feitas nesta época. Modificar os costumes e encarar uma academia ou caminhada, por exemplo, garantem a prevenção de doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e câncer.

Reduzir o sedentarismo é hoje uma bandeira da Organização Mundial de Saúde (OMS). Porém, os primeiros estudos sobre os benefícios dos exercícios surgiram na década de 1970, de acordo com Guilherme Moreira de Abreu e Silva, professor do Departamento de Aparelho Locomotor (ALO), da UFMG.

“Naquela época, as pesquisas comprovaram que doenças cardíacas poderiam ser prevenidas com três a quatro atividades físicas por semana, com duração de 30 a 40 minutos”. Conforme o médico, arritmia, depressão e Alzheimer também podem ser evitados.

Para se livrar dos riscos e sentir-se melhor, a esteticista Fernanda Markley, de 26 anos, já planeja começar 2019 cuidando da saúde. Pelo menos três vezes por semana, ela pretende caminhar na orla da Lagoa da Pampulha. A jovem garante que nem mesmo a chuva vai fechar o tempo para ela: nesses dias, ela vai pular corda em casa.

“Percebi que minha saúde estava piorando. Decidi que preciso estar saudável para cuidar da minha família, do meu filho”, afirmou. “Sem falar que o metabolismo já não funciona como antigamente”.

“O coração e os pulmões são mais exigidos nas caminhadas e ajudam a melhorar o sistema cardiorrespiratório”, Guilherme Moreira. médico e professor da UFMG


Intensificação
Já o bancário Leopoldo Fernandes, de 41 anos, pretende reforçar os exercícios físicos no próximo ano. Recentemente, ele começou a fazer musculação e atividades aeróbicas, no início da gestação da esposa.

“Fiquei preocupado. Já tenho mais de 40 anos e pesava 108 quilos. Pensava que precisava ajudar a minha mulher durante a gravidez e a curtir a infância e a juventude da minha filha”, disse Leopoldo, que treina de domingo a domingo.

Para manter-se nos trilhos, ele é acompanhado pelo educador físico Diogo Fiorini, da academia Cia Athletica. O profissional explica que cada treinamento é dado individualmente, levando em conta o perfil do aluno. 

“Depois da avaliação médica, o professor monta uma programação semanal com o que é adequado para aquela pessoa”, explica. “Atividades são necessárias tanto para prevenção quanto para tratamento de doenças”, acrescenta o especialista.

Hábitos do dia a dia podem ajudar no abandono do sedentarismo, aponta OMS

“Você não precisa ser um atleta profissional para ser ativo. Usar as escadas em vez do elevador faz a diferença”. A afirmação foi feita pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, durante o lançamento do plano de ação mundial contra o sedentarismo, em junho deste ano. As palavras soam como incentivo para as pessoas buscarem uma vida mais saudável.

A estratégia da OMS é que até 2030 os países consigam reduzir em 15% a inatividade física em adultos e adolescentes, por meio de políticas públicas. Atualmente, diz a organização, mulheres, idosos, pessoas com poucos recursos, com deficiências e doenças crônicas, além das populações marginalizadas e povos indígenas, têm menos oportunidades.

Mortes
Ainda conforme a OMS, patologias que poderiam ser prevenidas ou tratadas são responsáveis por 71% dos óbitos no mundo. Por ano, 15 milhões de pessoas de 30 a 70 anos morrem por doenças crônicas, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e câncer.

Para Márcio Vianna Prudêncio, professor do Departamento de Esportes da UFMG e treinador de atletismo do Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da universidade, o plano da OMS é importante, pois amplia a discussão sobre os benefícios dos exercícios físicos.

“Não importa se faz alguma atividade com a finalidade esportiva, de estética. Independentemente do motivo inicial, a prática é fundamental para a prevenção de enfermidades”, afirma.

 

 

 

 

Fonte: (Hoje em Dia)