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SAÚDE DO HOMEM

Homem relata o momento em que teve lesão peniana: "Ouvi um estalo no meu pênis. Deu medo"
Fratura causa forte dor e perda da ereção, além de hematomaThinkstock

Quando João Santos (nome fictício), então com 19 anos, aceitou ficar por baixo em uma relação sexual com uma garota, ao estilo do filme Instinto Selvagem, ele tinha certeza de que iria vivenciar uma aventura inesquecível. E estava certo. Mas a partir daquele momento, em vez dos prazeres da pose hollywoodiana, o inesquecível foi uma lesão peniana que deixou seu órgão assustadoramente inchado por dois meses.

— Eu estava no rolê com a menina e ela foi querer fazer uma posição se dobrando toda em cima de mim, como no filme. As mulheres acham isso legal, mas não é. Na hora escutei um estalo no pênis, deu medo. Depois que o sangue esfriou ficou bem dolorido e muito inchado.

O que mais incomodou o tatuador João, que tem agora 33 anos, foi o barulho. Nesses 14 anos, aquele som ainda é uma ameaça sempre que ele se relaciona. Permanece vivo em sua memória. E não ficou esclarecido, já que, contrariando a recomendação dos médicos, ele não procurou um urologista em sua cidade, Santo André (SP).

O estalo é uma consequência típica de fratura de pênis, que causa também forte dor e perda da ereção, além da formação de hematoma com inchaço e deformidade do órgão. Ainda há tempo de, por meio de exames, João pelo menos ter um diagnóstico sobre a ocorrência.

— Meu pênis ficou bem dolorido. Até hoje me lembro disso e evito certas posições. Não fui ao médico por preguiça, não por vergonha. Eu era moleque. Demorou para o pênis voltar ao normal.

Em entrevista ao R7, o urologista Júlio Bissoli, do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que o impacto do corpo da parceira sobre o pênis, basicamente em momentos de desencaixe em relação à vagina, pode provocar, em diversos graus, a ruptura do corpo cavernoso do pênis (estruturas do tecido erétil), que estava rígido e pressionado. É a chamada fratura.

Algumas décadas atrás, era mais frequente um tratamento conservador para esse caso, sem a realização de cirurgia. Isso, porém, em algumas situações, abria brechas para complicações como fibrose deformante do pênis, surgimento de abscessos e placas de corpos cavernosos. Atualmente, segundo Bissoli, somente uma cirurgia corrige a lesão. 

— Quando existe qualquer tipo de ruptura, a conduta é sempre cirúrgica, é muito dificl ter uma postura conservadora neste caso. Não tem como consertar o rasgo se não for com pontos.

Graus de ruptura

Bissoli ressalta que outra situação com os mesmos sintomas é a ruptura da veia dorsal do pênis, lesão que depois coagula e costuma voltar ao normal. Ele ressalta que João tem como opção realizar um exame de ressonância de pelve e pênis, que, mesmo anos depois, detecta sinais de ruptura ou cicatrização.

— Provavelmente ocorreu [fratura no pênis de João]. De qualquer maneira é necessário passar em consulta com o urologista. Existem diferentes situações: aquelas em que há a certeza de que houve rasgo, aquelas em que existiu apenas o estalido ou aquelas em que o local ficou vermelho e não houve o estalido. 

A chamada fratura peniana, na verdade, não é exatamente uma fratura. Isso porque o corpo cavernoso não é um osso, mas sim uma estrutura mais flexível e esponjosa. No entanto, sua ruptura produz um som similar ao da quebra de um osso e, apesar de pouco frequente, pode ser perigosa, por exemplo, quando ela chega à uretra, conforme conta Bissoli.

 

— Nesse caso, o trauma foi de tal dimensão a ponto de provocar um rasgo, que, além do corpo cavernoso, atinge a uretra. Há chance maior de o quadro evoluir para um estreitamento da uretra. Pode afetar o ato de urinar no futuro. Existe a presença de sangue na urina, o que não ocorreria se o rasgo não tivesse atingido a uretra.

O médico conta que, em geral, o rasgo do corpo cavernoso ocorre na base, o que causa o extravasamento de sangue e o estalo. 

— O que mantém o corpo cavernoso rígido é o sangue represado dentro dele. Quando ocorre o estalo é porque rasgou o continente [corpo cavernoso] deste conteúdo [sangue].

Limite para a correção

O tratamento cirúrgico tem como objetivo a drenagem do hematoma, controlar a hemorragia e realizar a sutura do rasgo tanto do corpo cavernoso quanto da uretra. Se bem feito, restaura as funções do pênis. Segundo o urologista Marco Antonio Arap, da Universidade de São Paulo, a cirurgia costuma ter êxito.

— Depende do tipo de fratura. Se for na uretra, fica um pouco mais complicada, mas é uma cirurgia de bom prognóstico.

Ele ressalta que a recuperação também está relacionada ao grau da lesão. 

— Se for uma correção mais simples, o paciente fica em torno de 10, 15 dias sem relação sexual. Se a lesão for um pouco mais grave, a recuperação pode ser mais demorada, vai depender também da idade. Quanto maior a atividade sexual maior o risco desta ocorrência.

Bissoli destaca que, atualmente, o limite estabelecido para que seja feita a correção do corpo cavernoso passou a ser de trinta dias (antes era de 48 horas). Caso não haja a correção nesse prazo, ele afirma que há risco de o paciente ficar impotente. Mesmo com o limite, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes.

— Quanto antes houver a correção é melhor porque, com o rasgo aberto, dentro do corpo cavernoso há uma uma esponja mole que deixa de ser tão esponjosa, fica menos porosa e menos suscetível a crescer de novo.

Segundo o médico, este tipo de lesão decorre de um acidente e a única forma de prevenção é evitar posições mais perigosas durante o ato sexual.

 
 
 
 
 
 
Fonte: (R7)

 

 


 

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